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sexta-feira, 29 de outubro de 2010


Vi essa matéria no Diário de Pernambuco e não poderia deixar de postar. Leia abaixo ou veja no link http://www.diariodepernambuco.com.br/2010/10/29/urbana8_0.asp


Muito amor, seja na saúde ou na doença Internado com câncer no Imip, Renato Ferreira, 25, realizou um sonho: casou com a mulher que ama
Dulce Reis
dulcereis.pe@dabr.com.br

Foi uma festa com direito a todos os pequenos detalhes que um casamento exige: padre, vestido imaculadamente branco, bolo enfeitado com noivinhos personalizados, um polpudo buquê e até tapete vermelho. Exceto pelo local de celebração: a enfermaria de oncologia do Imip. Lá, entre macas e suportes de soro, Renato de Souza Ferreira, 25 anos, realizou o sonho de levar a namorada Daniela de Assis, 24, ao altar. Ainda que um altar improvisado com a mobília hospitalar. O casamento, um pedido especial do noivo, mobilizou médicos, enfermeiros e auxiliares que, num trabalho exemplar de equipe, conseguiram organizar a cerimônia em tempo recorde: apenas três dias.



O sorridente noivo está internado no hospital há dois meses por conta de um câncer renal, diagnosticado há dois anos. A doença já tomou conta do seu corpo. Mas não tirou sua coragem. Muito menos o romantismo. Ontem, Renato enfrentou a debilidade provocada pelo câncer. Orgulhosíssimo e vestido para a ocasião, manejou os tubosde soro e oxigênio durante a cerimônia. A enfermaria e o corredor do segundo andar do setor estavam lotados.

Além da família e dos amigos, pacientes, médicos, técnicos de enfermagem e psicólogos presenciaram a felicidade dos noivos. Segundo Renato, o sonho de casar era antigo. O casal está junto há seis anos, mas já vive sob o mesmo teto há três, na cidade de Santa Cruz do Capibaribe, Agreste pernambucano. "Fomos adiando. Quando ele adoeceu, esse se tornou nosso único desejo", contou, emocionada, Daniela.

O padre Heleno da Silva, responsável pela celebração, acredita que a união deve servir de exemplo. "É uma experiência de muita fé. O Brasil deve saber que o amor ainda existe", afirmou o vigário, que acompanha a história do casal de perto desde a última internação de Renato, há dois meses. "Ele sempre se reúne com os outros pacientes para rezar o terço. Foi aí que surgiu o comentário de que queriam se casar", revelou a técnica de enfermagem Luana da Silva, uma das testemunhas do casamento. O desejo de oficializar a união uniu os funcionários do Imip.


Para apressar a realização do casamento - uma urgência diante do agravamento no estado de saúde de Renato - os funcionários do Imip procuraram o padre Heleno, responsável pela capela do hospital. O padre conseguiu agilizar os proclamas junto à Igreja. Os médicos e a diretoria do Imip se responsabilizaram por apressar os trâmites para o casamento civil. A celebração começou a ser organizada segunda passada. Ontem, toda a documentação já estava pronta. Por uma coincidência dos céus, o mesmo dia em que o padre estava disponível. "Tinha que ser hoje", disse Luana.

Com tão pouco tempo para organizar a cerimônia, Daniela não esperava uma festa tão completa. O bolo adornado com os tradicionais noivinhos foi presente dos funcionários do hospital. Pouco antes da celebração, Daniela foi surpreendida com um vestido de noiva completo, com direito a véu e grinalda. "Pensei que seria bem básico. O vestido foi uma grande surpresa. Quando vi, quase choro", disse. Entre a multidãoque enchia o quarto, a mãe de Daniela, Quitéria Andrade dos Anjos, era só sorrisos. "O coração está a mil. Estou muito feliz em casar minha única filha". Quando a celebração do padre Heleno terminou, os noivos se beijaram, cortaram o bolo e brindaram com champanhe - sem álcool, por conta da saúde frágil do noivo. Com a voz muito fraca, Renato confessou: "Estou muito feliz".

foto Cecília de Sá Pereira

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